A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica, caracterizada pela redução da massa óssea e deterioração microarquitetural do tecido ósseo, conduzindo à fragilidade do osso e ao aumento do risco de fraturas.
A condição é muito mais comum em mulheres acima dos 45 anos, sendo que uma em cada três mulheres deve apresentar uma fratura óssea relacionada à doença durante a vida, no entanto, também pode atingir homens.
O osso é uma estrutura viva que precisa se manter saudável e isso acontece mediante a remodelação do osso velho em osso novo, com a formação de novos tecidos.
Assim, a osteoporose ocorre quando o corpo deixa de formar material ósseo novo suficiente ou quando muito material dos ossos antigos é reabsorvido pelo corpo – em alguns casos, pode ocorrer as duas coisas.
Tipos de osteoporose
Osteoporose primária
A osteoporose primária é geralmente causada por fatores relacionados à idade, e pode ser referida como osteoporose senil, ou, quando a causa é desconhecida, osteoporose idiopática. É considerada o tipo mais comum da doença, responsável por mais de 95% dos casos em mulheres e, provavelmente, cerca de 80% em homens e está relacionada à perda de densidade óssea à medida que a idade avança.
A densidade óssea máxima é atingida entre as idades de 25 e 30 anos. À medida que envelhecemos, a perda óssea começa a aumentar lentamente e, consequentemente, a taxa de produção óssea também diminuirá.
Nas mulheres, a perda acelerada de densidade óssea acontece durante a menopausa, quando a produção de estrogênio começa a desacelerar, geralmente em torno dos 45 aos 55 anos.
Osteoporose secundária
É responsável por menos de 5% dos casos em mulheres e cerca de 20% em homens, com sintomas semelhantes àqueles comumente observados na osteoporose primária. No entanto, a osteoporose secundária ocorre como resultado de certas condições médicas, como leucemia, hipertireoidismo ou hiperparatireoidismo.
Este tipo de osteoporose também pode resultar da ingestão de certos medicamentos que levam à degradação dos ossos, que incluem altas doses de corticosteroides inalados ou orais que foram usados por mais de seis meses.
Outros medicamentos incluem altas doses de reposição de hormônios da tireoide ou medicamentos conhecidos como inibidores da aromatase, usados no tratamento do câncer de mama. A osteoporose secundária pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são:
• Histórico familiar de osteoporose;
• Vida sedentária;
• Baixa ingestão de cálcio e /ou vitamina D;
• Tabagismo;
• Uso contínuo de medicamentos (anticonvulsivantes, hormônio tireoidiano, glicocorticóides e heparina);
• Doenças de base (artrite reumatoide, diabete, leucemia, linfoma);
• Baixo peso corporal.
Como prevenir a osteoporose antes de atingir a idade crítica?
Alimentação
O recomendado é começar a prevenção antes dos 40 anos. A principal forma de prevenção é a alimentação. É preciso consumir alimentos que consigam fornecer as quantidades ideais de cálcio para o organismo, além de vitamina D e de outros elementos, como magnésio e fósforo. Entre os principais alimentos, estão:
- Leite e derivados: ótimas fontes de cálcio, proteína e fósforo;
- Peixes gordurosos (como o salmão): contém cálcio, vitamina D, proteínas e magnésio;
- Fígado e óleo de fígado: excelentes fontes de vitamina D;
- Verduras verdes (brócolis, couve, repolho, agrião, etc): ricos em cálcio e magnésio;
- Leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha): contém proteínas, ferro e magnésio;
- Cogumelos (shitake, shimeji, cogumelo Paris, etc): boas fontes de vitamina D.
Exercícios físicos
Praticar exercícios é outra forma de ajudar a prevenir e tratar a osteoporose, isso porque fortalece os ossos e facilita a entrada de cálcio na estrutura óssea. A musculação é a atividade mais indicada para essa finalidade, no entanto, a fisioterapia também é uma ótima opção, visto que estimula a formação óssea, além de melhorar o equilíbrio e a coordenação motora.
Ela pode ser praticada 2 ou 3 vezes por semana, com a ajuda de diversos equipamentos que auxiliam a dinamizar o tratamento e alcançar o objetivo esperado. No caso da osteopenia, fase inicial da doença, os exercícios são os mais indicados, pois auxiliam no ganho de massa óssea e ainda não é necessário o uso de medicamentos.
Suplementação
A suplementação é uma ótima opção de prevenção e tratamento para a osteoporose, especialmente nos estágios iniciais da doença. Ela pode ser por meio de suplementos de cálcio e vitamina D, compostos que ajudam no metabolismo musculoesquelético e fortalecem as articulações e ossos.
Estilo de vida saudável
Além disso, é fundamental manter um estilo de vida saudável, evitando o consumo de álcool e cigarro, visto que substâncias tóxicas presentes no cigarro enfraquecem as células responsáveis pela formação dos ossos e modificam o metabolismo do estrogênio, o hormônio feminino cuja função é proteger o tecido ósseo. No caso do álcool, ele dificulta a absorção de cálcio pelo organismo, gerando a diminuição da massa óssea.
Também é fundamental manter consultas de rotina com o médico ortopedista, visando identificar qualquer sinal do desenvolvimento da doença e prevenir sua evolução acelerada. A osteoporose não tem cura, mas é uma condição que pode ser prevenida ou tratada, visando manter ao máximo a qualidade de vida do paciente.