As lesões por esforço repetitivo (LER) estão muito relacionadas a movimentos repetitivos que desgastam, lesionam e causam danos em inúmeros tecidos do corpo. Mas diferente do que muitos pensam, a LER não é uma doença isolada e sim um grupo que engloba alguns distúrbios, onde os mais comuns são a sinovite, tendinite e tenossinovite (ou síndrome do túnel do carpo).

Atualmente relacionamos muito esse problema a questões dentro do ambiente de trabalho, impulsionados por questões como: digitar por longos períodos sem pausa, mobiliário inadequado, postura incorreta e cobranças extremas que acabam exigindo muito dos colaboradores, porém, esse não é o único grupo e ambiente propício para o desenvolvimento da LER, sendo, inclusive, comum em crianças que praticam esporte com frequência.

Incentivar a prática de esportes na infância é algo muito importante para o desenvolvimento físico e social dos pequenos, porém é normal que eles se machuquem nesse processo e, às vezes, algumas lesões podem afetar de uma maneira mais séria, exigindo uma maior atenção não só para garantir que a criança possa continuar com suas atividades, como também para evitar danos piores no futuro.

Temos que lembrar que o corpo inteiro da criança ainda está se desenvolvendo, por isso, a abordagem durante o esporte deve ir de acordo com a faixa etária, respeitando o ritmo e os limites de cada um.

Visando esses cuidados, é preciso tomar precauções para que a prática esportiva não reflita em uma lesão por esforço, se atentando a questões como:

  • Criar uma atmosfera de competição saudável baseada na cooperação e autoconfiança;
  • Ter um acompanhamento profissional físico e médico para evitar que algum problema em potencial se agrave;
  • Incentivar o uso de equipamentos de proteção;
  • Sempre aquecer antes de treinar para evitar lesões nos tecidos;
  • Ter o equilíbrio entre o treino e o descanso;
  • Manter a criança sempre hidratada, bem como incentivar uma alimentação balanceada.

Por ser desencadeada pela repetição de movimentos rápidos dos mesmos grupos musculares, os desequilíbrios que isso causa podem ser contornados com tais cuidados, além de contar com uma diversificação das atividades, incentivando a troca de posições e esportes para não exigir muito de um único local durante um longo período de tempo.

Muitos especialistas, inclusive, defendem que até os 16 anos as crianças não devem se exercitar por mais horas na semana do que sua idade em anos, respeitando seus limites físicos e psicológicos e sempre buscando orientação profissional caso a criança indique dores e/ou os pais notem que algo não está correto.