A torção do joelho é uma lesão comum, especialmente entre atletas e pessoas que praticam atividades físicas intensas. Essa condição pode variar de uma simples distensão dos tecidos moles a lesões graves nos ligamentos, meniscos ou outros componentes estruturais do joelho. Mas como saber quando uma cirurgia é necessária?

O que é uma torção do joelho?

A torção ocorre quando o joelho é submetido a um movimento rotacional ou força que ultrapassa seus limites naturais. Isso pode causar estiramentos ou rompimentos de ligamentos, lesões nos meniscos, danos à cartilagem ou mesmo deslocamentos articulares.

Sintomas de uma torção do joelho

Os sintomas podem variar de acordo com a gravidade da lesão e incluem:

  • Dor imediata e intensa.
  • Inchaço e rigidez na articulação.
  • Instabilidade ou sensação de que o joelho “vai ceder”.
  • Dificuldade ou incapacidade de movimentar o joelho.
  • Hematomas ou calor local.
  • Estalidos no momento da lesão.

Diagnóstico da torção do joelho

O diagnóstico é fundamental para determinar a gravidade da lesão e definir o tratamento adequado. Ele geralmente inclui:

  • Exame clínico: avaliação da dor, amplitude de movimento e estabilidade do joelho.
  • Exames de imagem:
    • Radiografia: identifica fraturas ou deslocamentos.
    • Ressonância magnética (RM): é o padrão ouro para avaliar lesões nos ligamentos, meniscos e cartilagem.
    • Ultrassonografia: pode ser úteis em lesões de tecidos moles.

Quando a cirurgia é necessária?

A decisão por um tratamento cirúrgico depende da extensão e do tipo de lesão, bem como das necessidades funcionais do paciente. Casos em que a cirurgia pode ser indicada incluem:

  1. Lesão de Ligamentos:
    • Ruptura do Ligamento Cruzado Anterior (LCA): comumente requer cirurgia, especialmente em pacientes jovens ou atletas, para restaurar a estabilidade do joelho.
    • Ruptura do Ligamento Cruzado Posterior (LCP): pode necessitar de cirurgia em casos graves ou quando há instabilidade significativa.
  2. Lesões nos Meniscos:
    • Rasgos graves ou em zonas sem vascularização (zonas brancas) frequentemente demandam reparo cirúrgico ou remoção parcial do menisco (meniscectomia).
  3. Fraturas ou Luxações Articulares:
    • Fraturas intra-articulares e deslocamentos que comprometem a congruência da articulação podem exigir redução aberta e fixação interna (RAFI).
  4. Lesão Multiligamentar:
    • Torções que afetam mais de um ligamento geralmente requerem intervenções cirúrgicas complexas.
  5. Falha no Tratamento Conservador:
    • Pacientes que não respondem ao tratamento não cirúrgico (como fisioterapia e imobilização) e continuam apresentando dor, instabilidade ou limitação funcional podem precisar de cirurgia.

Tratamento Conservador

Em lesões menos graves, é possível evitar a cirurgia com medidas como:

  • Repouso e proteção: evitar peso no membro afetado.
  • Gelo e compressão: para reduzir o inchaço e a dor.
  • Fisioterapia: para restaurar a mobilidade, força e estabilidade do joelho.
  • Uso de dispositivos ortopédicos: como joelheiras ou muletas.

Recuperação Pós-Cirúrgica

A reabilitação após a cirurgia é essencial para recuperar a função completa do joelho. Inclui:

  • Fisioterapia intensiva.
  • Controle de dor e inflamação.
  • Reforço muscular gradual.
  • Retorno progressivo às atividades cotidianas e esportivas.

Bibliografia

American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS). “Knee Injuries and Conditions.” Disponível em: [https://www.aaos.org/ ]

Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). “Lesões do Joelho: Diagnóstico e Tratamento.” Disponível em: [https://www.sbot.org.br/ ]

Miller, M. D., & Thompson, S. R. (2020). DeLee & Drez’s Orthopaedic Sports Medicine: Principles and Practice. Elsevier.

Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO). “Reabilitação de Lesões no Joelho.” Disponível em: [https://www.into.saude.gov.br/ ]

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